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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Deixem o sol brilhar"

Mais uma garrafa gelada de Heineken desce pela minha garganta. Enquanto o álcool domina meus sentidos, imagino o "Dr. Gonzo" e sua mescalina. Uma sensação mágica, eu presumo... Pela milésima vez, em apenas uma semana, Rhys Ifans me diz que "a única coisa que faz sentido nesse mundo louco é o rock & roll". Mais uma vez, acredito em suas palavras.

Cervejas e mais cervejas descem guela abaixo, enquanto tudo parece ir ficando cada vez mais claro. Toda a escuridão de outrora começa a dar lugar a uma certeza de que tudo se resolve. Tudo tem conserto. A vida solitária, a falta de uma parceira, vagar em busca de um sentimento há muito ausente, nada disso importa. Traga a loucura, a inconsciência e todas as mazelas não mais farão sentido.

Um pensamento ignorante? Inocente? Utópico? Sinceramente, não sei. Mas feliz daquele que viveu o "mundo da fantasia". Um mundo em que era possível sonhar. Acreditar que a música e o amor ao próximo exterminariam a guerra.

Não sou hippie. Não sou comunista, socialista, muito menos doutrinador capitalista. Só descobri que vale a pena sonhar por um mundo em que um solo de guitarra esvasia um campo de concentração.

http://www.youtube.com/watch?v=b3V8EznD4Jo


P.S.:  Mais uma vez, o título do post é uma música. Dessa vez, Let The Sunshine In, de Army Of Lovers

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Eu sei que é só rock & roll, mas eu gosto"

Peito apertado, vazio. Mãos trêmulas, cabeça pesada. Tudo fora do lugar, o mundo inteiro se rebela e parece entrar em conflito com um único ser: você.

Que atire a primeira pedra aquele que nunca passou por isso. Um sentimento de não pertencer à Terra, de não ter lugar nesse mundo enorme que, de repente, se torna tão pequeno quanto uma bolha.

Ainda bem que existe o bom e velho rock & roll.

Basta me desligar da tomada por um instante e me deixar levar pelo som de guitarras, baterias, baixos e berros. Deixar a música apagar qualquer sentimento presente outrora. O corpo volta fluir em harmonia. De súbito, os pés se inquietam, como se os bumbos da bateria estivessem sob eles. As mãos fluem como se um instrumento de cordas estivesse em meu controle. Velozmente os dedos tentam, no ar, reproduzir o som do solo de guitarra que penetra meus ouvidos. A alma se liberta por alguns segundos e foge para o mundo em que tudo faz sentido, mesmo que não exista razão.

Em apenas 3 minutos, uma canção alcança o ponto que um profissional talvez não consiga atingir em anos a fio de tratamento no divã. Não que eu seja contra os psicólogos, jamais. Um deles já "salvou minha vida". Mas o ápice atingido numa "pancada sonora" é simplesmente inigualável.

http://www.youtube.com/watch?v=pjuhgPQ9jtg

P.S.: O título é um trecho da música It's Only Rock & Roll (But I Like It), dos Rolling Stones.