Páginas

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

[BRASILEIRÃO 2010] - Balanço FInal

Termina o ano para os boleiros do Brasil. O Fluminense conquista, na minha conta, seu terceiro título brasileiro (considero Taça Brasil, Robertão, etc..). Cruzeiro e Corinthians ficam com a segunda e terceira posição respectivamente e se garantem na Libertadores. O quarto colocado, Grêmio, torce contra o Goiás que se vencer a Sulamericana na quarta, rouba a vaga dos gaúchos. Apesar da bela campanha na competição internacional, os goianos caem para a Série B junto com Vitória, Guarani e Grêmio Prudente.

Como mineiro, faço uma pequena referência às equipes daqui. Primeiro o Cruzeiro, vice-campeão, dois pontos atrás do Fluminense. Há cerca de 6 meses escrevi nesse blog sobre a demissão de Adílson Batista. Defendi o trabalho a longo prazo do treinador, dizendo que aqueles que se apegam aos números iriam contar o número de pontos no fim da temporada. Não acreditava que qualquer nome possível para a substituir Adílson teria sucesso. Paguei língua.

Cuca chegou e teve a paralização da Copa do Mundo para ajustar o time. Pouco depois, chegou Montillo e a ordem na casa foi colocada. O time melhorou, subiu na tabela e disputou a ponta até a última rodada, ficando a uma vitória de se sagrar campeão.

O treinador paranaense usou sim de uma base deixada pelo seu antecessor (e conterrâneo), mas seria muita prepotência dizer que ele mesmo não teve grande responsabilidade na arrancada celeste.

No outro lado da lagoa, o Atlético Mineiro começou o ano com o badalado Vanderlei Luxemburgo prometendo um projeto de dois anos. O treinador conquistou o mineiro, mas fez campanha terrível no campeonato nacional, perdendo o cargo para Dorival Júnior. O novo comandante não só alvou o time da degola (que parecia certa com Luxa), como trouxe tranquilidade nas rodadas finais e garantiu uma vaga na Sulamericana de 2011.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Deixem o sol brilhar"

Mais uma garrafa gelada de Heineken desce pela minha garganta. Enquanto o álcool domina meus sentidos, imagino o "Dr. Gonzo" e sua mescalina. Uma sensação mágica, eu presumo... Pela milésima vez, em apenas uma semana, Rhys Ifans me diz que "a única coisa que faz sentido nesse mundo louco é o rock & roll". Mais uma vez, acredito em suas palavras.

Cervejas e mais cervejas descem guela abaixo, enquanto tudo parece ir ficando cada vez mais claro. Toda a escuridão de outrora começa a dar lugar a uma certeza de que tudo se resolve. Tudo tem conserto. A vida solitária, a falta de uma parceira, vagar em busca de um sentimento há muito ausente, nada disso importa. Traga a loucura, a inconsciência e todas as mazelas não mais farão sentido.

Um pensamento ignorante? Inocente? Utópico? Sinceramente, não sei. Mas feliz daquele que viveu o "mundo da fantasia". Um mundo em que era possível sonhar. Acreditar que a música e o amor ao próximo exterminariam a guerra.

Não sou hippie. Não sou comunista, socialista, muito menos doutrinador capitalista. Só descobri que vale a pena sonhar por um mundo em que um solo de guitarra esvasia um campo de concentração.

http://www.youtube.com/watch?v=b3V8EznD4Jo


P.S.:  Mais uma vez, o título do post é uma música. Dessa vez, Let The Sunshine In, de Army Of Lovers

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Eu sei que é só rock & roll, mas eu gosto"

Peito apertado, vazio. Mãos trêmulas, cabeça pesada. Tudo fora do lugar, o mundo inteiro se rebela e parece entrar em conflito com um único ser: você.

Que atire a primeira pedra aquele que nunca passou por isso. Um sentimento de não pertencer à Terra, de não ter lugar nesse mundo enorme que, de repente, se torna tão pequeno quanto uma bolha.

Ainda bem que existe o bom e velho rock & roll.

Basta me desligar da tomada por um instante e me deixar levar pelo som de guitarras, baterias, baixos e berros. Deixar a música apagar qualquer sentimento presente outrora. O corpo volta fluir em harmonia. De súbito, os pés se inquietam, como se os bumbos da bateria estivessem sob eles. As mãos fluem como se um instrumento de cordas estivesse em meu controle. Velozmente os dedos tentam, no ar, reproduzir o som do solo de guitarra que penetra meus ouvidos. A alma se liberta por alguns segundos e foge para o mundo em que tudo faz sentido, mesmo que não exista razão.

Em apenas 3 minutos, uma canção alcança o ponto que um profissional talvez não consiga atingir em anos a fio de tratamento no divã. Não que eu seja contra os psicólogos, jamais. Um deles já "salvou minha vida". Mas o ápice atingido numa "pancada sonora" é simplesmente inigualável.

http://www.youtube.com/watch?v=pjuhgPQ9jtg

P.S.: O título é um trecho da música It's Only Rock & Roll (But I Like It), dos Rolling Stones.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Jimi, o imortal

Cabelos despenteados, pele negra, um pequeno bigode e roupas coloridas e extravagantes. Jimi Hendrix era um gênio que, tanto no seu estilo de música, como no modo como vestia e vivia, sempre representou o rock & roll em sua essência. A guitarra quase sempre distorcida, acompanhada de uma genial falta de comprometimento com a estética sonora (seja pela microfonia recorrente ou pelo abuso dos improvisos) foram responsáveis pela reinvenção do rock. Hendrix não repetia solos. Não era de tocar uma mesma música duas vezes da mesma maneira. O guitarrista não buscava a perfeição técnica, reproduzia o sentimento, tocava com a alma.

Não é atoa que Jimi Hendrix é considerado como o maior guitarrista da história. Particularmente, não gosto desse tipo de ranking. Cada músico tem seu valor e é até um tanto injusto deixar homens como B.B. King (inspiração do próprio Hendrix) para trás. Mas é inegável que Jimi é a base para quase tudo que se viu depois dele. Todo grande guitarrista que o precede tem como inspiração sua obra.

Nascido em Seattle, nos Estados Unidos, Jimi foi conhecer o gosto do sucesso em 1966, quando já vivia na Inglaterra. Junto com o sucesso veio a loucura que acompanha o mundo do rock e, no dia 18 de Setembro de 1970, aos 27 anos, o músico morreu, asfixiado em seu próprio vômito, em um hotel de Londres.

Já se passaram pouco mais de 40 anos da morte de Jimi e seu legado continua, firme e forte como sempre esteve. Mesmo que modismos musicais apareçam, o bom e velho rock & roll sempre ocupou, e pelo visto continuará ocupando, seu espaço, seja se reinventando, inovando ou trazendo a mesma química "crua" de décadas passadas.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sob a Máscara do Desejo

Feixes vermelhos de luz iluminam o palco. Olhos famintos a observam, enquanto seu corpo curvilíneo permanece em movimento. Seus seios rígidos se agitam no ritmo de seus quadris. Os longos cabelos dourados voam de um lado para o outro enquanto seus dentes apertam levemente os lábios. Seu corpo exala desejo.

Ela desce do palco e caminha em direção às mesas. Instintos selvagens gritam dentro de cada homem presente. Eles precisam senti-la. Sentir sua pele, seu corpo. Ela olha fixamente para cada um. Seus olhos percorrem o salão até se encontrarem com os meus. Sinto o avolumamento dentro de minha calça. Vejo-a caminhar em minha direção e, por alguns segundos, meu sangue congela. Com um olhar calmo e seguro ela me hipnotiza. Cerro meus olhos e deixo-me inebriar com seu cheiro. Poucos segundos se passam e ela se vira para retomar seu lugar ao palco.

A música cessa. Rapidamente ela recolhe suas peças de roupa espalhadas pelo chão. Acena e manda alguns beijinhos pelo ar àqueles que uivam insanos. Ao som de assovios e aplausos, sai de cena. Não é mais aquele furacão que deixou a todos excitados e volta a ser somente mulher. Repleta de sentimentos e anseios, sufocada pela realidade.

Um pequeno espelho, uma nota de vinte enrolada como um canudo. Uma fungada naquela substância branca como a neve e sua tensão volta a ficar em segundo plano. Ela veste sua roupa e volta a cobrir sua alma com uma máscara. Triunfante, retorna caminhando ao meio do salão. Seu show se encerrou, mas a noite apenas começa.

Jovens procurando diversão, homens mais velhos que precisam de companhia, gente de todas as idades em busca de uma boa sacanagem. Tipos variados que ela consegue decifrar rapidamente. Anda calmamente, próximo ao grupo de jovens, deixa-os sentir seu perfume e tocar de leve sua pele por poucos segundos. Tempo suficiente para despertarem a libido. Segue e arranca mais alguns uivos e assovios de um grupo de bêbados, escornados em uma poltrona ao canto. Passa direto por mim, não sem antes olhar no fundo dos meus olhos e penetrar, mais uma vez, minha alma. Pára. Coloca nos lábios o sorriso mais sincero que consegue e senta-se ao lado do único homem que não havia babado por sua performance.

A barriga protuberante quase o impede de alcançar o copo de uísque que pousa sobre a mesa. Correntes douradas no pescoço quase se perdem em meio aos pêlos, expostos pela camisa entreaberta. Em sua mão esquerda, uma grossa aliança dourada caminha pelas coxas torneadas de sua acompanhante, enquanto ele pede para a garçonete servi-la um drinque. A simples imagem de tal criatura possuindo-a causa-me enjôo.

As doses de uísque são derramadas como se fossem copos d'água. A cada minuto que passa, as gargalhadas aumentam. Aos poucos, ela vai se soltando. Seus gestos indicam que agora não se trata mais de apenas uma transação financeira. Ela se solta. Parece livre, despreocupada. Talvez em decorrência da mistura de álcool e substâncias psicotrópicas, talvez pela companhia.

Ele é diferente dos outros. Ela não se importa com a aliança em sua mão esquerda, ou com sua aparência, muito menos com seus modos (ou falta deles). Diferente de todos os outros, ele a escuta. Não uivou, nem assoviou quando a viu no palco, tampouco aplaudiu.

Se levantam. De mãos dadas, caminham para o quarto. Passam-se algumas horas. Outras se apresentam, recebendo os mesmos assovios e aplausos. Mais pares caminham para os quartos, enquanto alguns ficam por conta de só observar. Reaparecem. Novamente de mãos dadas. Novamente sorrindo.

Após um longo beijo de despedida, ele se vai, silencioso como chegara. Ela, triunfante como antes, caminha em direção a outra mesa. Sorridente, se apresenta a um jovem com quem se senta. Pede uma bebida. Recomeça seu jogo. Sua profissão. Sua vida.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Muito obrigado e até breve

Com um sorriso simpático e um aperto de mãos, encerra-se mais um ciclo na jornada rumo ao profissionalismo (não ao diploma, afinal, o pedaço de papel vale muito menos que as lições aprendidas).

_ Gilberto, foi um prazer. Ainda entrarei em contato, durante a semana, e espero que possamos nos comunicar no futuro.

Cumprimentei, agradeci e disse que o prazer foi meu. Virei-me e saí de sala. Oficialmente estava encerrada mais uma disciplina. Provas feitas, chamadas respondidas, trabalhos entregues, lições aprendidas.

Durante 3 anos de curso, já terminei algumas matérias, conheci alguns professores (uns bons, outros nem tanto), mas digo que nenhum deles me instigou e até incentivou tanto quanto esse.

Lembro-me em particular de uma conversa que tivemos ao fim da aula, juntamente com meus amigos Bernardo Biagioni e Pedro Castro. No fim, estávamos, os três alunos, comentando como uma conversa dessas dava vontade de começar uma revista, um jornal, um livro que seja. Sair pelo mundo descobrindo, desbravando, experimentando e escrevendo. Dar uma de Hunter Thompson.

Ao invés de sair impondo regras textuais e empurrar padrões goela abaixo, ele estimulou. Não precisou contar o número de letras de um título para mostrar o que era um texto bem escrito. Nunca disse o quanto ainda éramos imaturos (ou incompetentes) para nos tornarmos jonarlistas bem sucedidos.

Claro que ensinou. Deu trabalhos, avaliações, aplicou teorias e nunca, por qualquer motivo, se esqueceu da bendita chamada! Mas olhava para cada um de nós sabendo com quem falava, conheceu seus alunos e nos tratou de forma direta. E nunca deixou de reconhecer a importância de inovar, de transformar.

Portanto, muito obrigado Mário Viggiano. O prazer foi todo meu!




*Em sua última tarefa, Mário sugeriu uma crônica de tema livre. Queria que fizéssemos algo difrente. Fiz com prazer e postarei em breve.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

[FUTEBOL] Gigante da Pampulha se prepara para a Copa de 2014

Soa o apito. Mãos erguidas ao céu. No centro do gramado, o homem que geralmente é alvo das mais variadas críticas e ofensas, não tem a mesma importância de outros dias. Fosse um dia normal, as câmeras focariam jogadores alvinegros ou seu treinador buscando explicações para mais uma derrota no Campeonato Brasileiro de 2010. A quarta consecutiva da equipe.

Mas não nesse dia. Muito maior que lamentações de torcedores, ou justificativas de atletas eram os fogos lançados aos céus de Belo Horizonte, anunciando o sono do Gigante da Pampulha. Após 44 anos, 9 meses e 2 dias de sua inauguração, o Mineirão teve sua última partida antes de uma longa paralização que proporcionará a maior obra de sua história.

Minas Gerais se prepara para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e, para tanto, busca adequar seu maior palco futebolístico às normas da FIFA, entidade máxima do futebol. Seu gramado será rebaixado, as gerais deixarão de existir, tornando-se cadeiras e consequentemente, a área mais cara do estádio. A cobertura será extendida e apenas o gramado poderá ser atingido pelas chuvas.

Os quase 45 anos de existência desse palco do futebol tranformaram Mineirão em sinônimo de beleza e emoção. Alguns tiveram o privilégio de assistir Tostão, Dirceu Lopes, Joãozinho, Reinaldo, Éder e Cerezo. Outros, menos afortunados tiveram que "se contentar" com o fenômeno Ronaldo, Alex e Marques. Craques, cada um a seu tempo e cada um com sua grandeza, desfilaram nesses gramados.

Partidas incríveis, títulos inesquecíveis e muitas lágrimas marcam as páginas da história do lendário estádio. Tanto os torcedores celestes quanto os alvinegros extravaram em incontáveis ocasiões suas emoções pelos corredores, escadas e arquibancadas do Gigante da Pampulha. O segundo lugar poucas vezes foi tão amargo quanto em 1977 - para os atleticanos, que terminaram nessa posição, sem perder uma partida, no Campeonato Brasileiro - e em 2009 - para os cruzeirenses, que perderam a decisão da Libertadores, de virada, para o Estudiantes, diante de sua torcida.

Não só os segundos lugares, mas grandes conquistas foram assistidas na capital mineira. Em 1966, o imbatível Santos de Pelé foi destruído por um grupo de jovens desconhecidos. Tostão, Dirceu Lopes, Natal, Zé Carlos, Piaza e cia, mostraram pela primeira vez a força do futebol mineiro para o Brasil.

Hoje o Gigante adormece. Sai de cena para voltar rejuvenecido. Voltará no momento em que o Brasil planeja despontar de vez no cenário econômico mundial, para um dos maiores eventos esportivos do planeta. O "país do futebol" sediará pela segunda vez, a Copa do Mundo. Dessa vez com muito mais pompa que em 1950. Muito mais expectativa.

Para grande parte da população belo horizontina será difícil não comer o "tropeirão" aos domingos. Ficar alguns quilômetros mais longe dos clássicos. Não percorrer os caminhos que levam ao amplo espaço das arquibancadas, cadeiras e geral. O Mineirão vai deixar saudade. Mesmo que por tempo determinado, mesmo que tenha data marcada para retornar à ativa, o estádio deixará alguns milhares de órfãos, que sabem que Independência, Arena do Jacaré e Ipatingão não têm a mística do Gigante da Pampulha.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

[Brasileirão 2010] - Adílson Batista se rende à pressão e deixará o Cruzeiro

No mesmo dia, a equipe do Cruzeiro perdeu seu técnico e seu principal jogador. Antes da partida contra o Santos, no Mineirão, o presidente Zezé Perrella disse que Kléber está liberado para acertar com o Palmeiras, após insistir bastante em voltar a morar em São Paulo, próximo de suas filhas. Na entrevista coletiva do final do jogo, foi a vez de Adílson Batista dizer que fará sua última partida no comando da equipe, no próximo final de semana, em Goiânia, contra o Atlético Goianiense.

Desde a eliminação da Libertadores, há especulações sobre uma transferência do Gladiador para a equipe alvi-verde. Sua saída era iminente e, durante os últimos dias, já se falava em diversos meios que o atacante já tinha contrato assinado com os paulistas. Mesmo com a conferência de imprensa do presidente azul na segunda-feira, dizendo que não existia acordo com o Palmeiras, tudo indicava que esse era mesmo o caminho de Kléber.

A grande surpresa da noite foi o fim da "Era Adílson". Paranaense de Andrianópolis, Adílson Dias Batista assumiu o comando do Cruzeiro no início de 2008. Logo que chegou à equipe, foi visto com desconfiança por parte da torcida e imprensa mineira, que não acreditavam ser o homem certo para conduzir a equipe ao terceiro título continental.

A principal característica do time de Adílson foi a organização tática. Logo que chegou, o técnico trouxe, do Japão, os volantes Fabrício, Henrique e Marquinhos Paraná, além de contar, nos primeiros anos de comando, com Ramires, um dos convocados para a Copa do Mundo de 2010.

Ironicamente, os mesmos volantes que caracterizaram a organização tática da equipe, foram o principal ponto de críticas para o treinador. Comentaristas de futebol amam números. Gostam de estatísticas e preferiram crucificar o treinador, de acordo com o número de volantes que colocava em campo, do que perceber que os mesmos têm habilidade para armar, não só desarmar e, em momento algum, tornavam essa equipe defensiva.

Sob o comando do ex-zagueiro, o Cruzeiro conquistou os títulos mineiros de 2008 e 2009, chegou à final da Libertadores de 2009 e terminou entre os 4 primeiros colocados dos Campeonatos Brasileiros de 2008 e 2009.

Além de Kléber, que está resolvendo os últimos detalhes com o Palmeiras, há especulações tirando o goleiro Fábio da Toca e, segundo fontes, Thiago Ribeiro também deve deixar Minas Gerais.

O Cruzeiro terá pouco mais de um mês para encontrar um novo treinador, contratar reforços e se re-estruturar. Não diria que é impossível, mas é muito pouco provável. A equipe deve sofrer com a falta de identidade até o fim da temporada.

Com uma equipe consistente, Adílson Batista deixou de ser um técnico emergente para se tornar um dos melhores do Brasil. Deixa o Cruzeiro, sendo desejado por Internacional, Palmeiras e Flamengo. Conhece o futebol como poucos e ainda terá muito sucesso em sua carreira.


segunda-feira, 31 de maio de 2010

[UFC 114] - Desafiante dos meio-pesados definido

"Lutem!"

Com essa ordem, Herb Dean soltou no octógono do UFC, no MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, Quinton "Rampage" Jackson e "Sugar" Rashad Evans. Considerada uma das maiores rivalidades da história do MMA, essa luta era aguardada desde março de 2009, quando Rampage derrotou o companheiro de treinos de Rashad, Keith Jardine, no UFC 96.

Desde então, o primeiro teve muitas diferenças com a organização do evento, por participar de um filme hollywoodiano, enquanto o segundo enfrentou Lyoto Machida (para quem perdeu o cinturão no UFC 98) e Thiago Silva (a quem venceu, no UFC 108).

Muito foi dito, de ambas as partes. O ódio tranparecia nos olhos dos dois lutadores em todas as entrevistas e os dois prometiam nocaute e agressividade. A décima temporada do reallity show The Ultimate Fighter, em que os lutadores eram os técnicos, foi marcada por diversas discussões e provocações.

Durante o mesmo programa, Rashad chegou a dizer para Rampage: "Sua cabeça é muito grande, muito fácil de acertar". Quinton, por sua vez, encheu o carro do adversário com galinhas, aumentando a tensão já existente entre eles.

Logo que se iniciou o combate, parecia que essa raiva tomaria conta dos lutadores. Rashad Evans partiu com tudo pra cima do rival e acertou um cruzado de direita que quase o derrubou. Parecia que a luta duraria pouco tempo, que a animosidade faria dessa luta, um duelo intenso.

Pois só parecia. Passado o ímpeto dos primeiros segundos, o que se viu foi um combate amarrado. Rashad Evans usou passou os dois primeiros rounds prensando seu adversário contra a grade e aplicando algumas quedas. Nada além disso. Quando os lutadores estavam no chão, nada produziam e, por diversas vezes, foram obrigados a se levantar pelo árbitro.

No terceiro round, Quinton Jackson conseguiu conectar seu único golpe preciso e quase encontrou a vitória, mas após derrubar seu oponente com um upper, não conseguiu mais acertar nenhum soco com precisão e Rashad conseguiu voltar a ficar de pé.

O final do round aconteceu como o resto da luta. Evans derrubou Rampage e deixou o tempo passar, ficando por cima de seu adversário. Mesmo que sem fazer nada de efetivo, ia garantindo alguns pontos com os juízes.

Fim de luta. Rashad Evans vence Quinton Jackson por decisão unânime e é o primeiro desafiante de Maurício "Shogun" pelo cinturão dos meio-pesados.

Michael Bisping vence a luta mais empolgante da noite

Michael Bisping voltou ao octógono, após a derrota para Wanderlei Silva no UFC  110, enfrentando Dan Miller.

A luta prometia ser um duelo de estilos. Bisping é um bom striker, enquanto Miller tem um Jiu-Jitsu afiado, mas o que se viu foi uma  luta disputada, sendo quase toda desenvolvida em pé. Só nos últimos minutos do terceiro roundo, Dan Miller tentou levar o combate para o solo.

Bisping provou ser muito superior a seu oponente, lutando em pé, e venceu a luta em mais uma decisão unânime dos juízes.

Azarões fazem a festa

No primeiro combate do card principal da noite, Diego Sanchez retornou à categoria dos meio-médios, onde reina o canadense Georges Saint-Pierre. Sua última luta havia sido a disputa pelo cinturão dos leves contra o havaiano BJ Penn. Mesmo vindo de derrota, era franco-favorito contra o britânico John Hathaway.

Ao contrário do esperado, Hathaway controlou os três rounds da luta, chegando a quase nocautear o oponente com uma joelhada no rosto logo no início do combate. Diego Sanchez suportou até o fim, mas teve uma decisão unânime dos juízes a favor de seu oponente.

Logo depois foi a vez do brasileiro Antônio Rogério "Minotouro" Nogueira enfrentar o americano Jason Brilz. Enquanto Minotouro era considerado um provável candidato a tomar o cinturão de Maurício Shogun, Brilz era um ilustre desconhecido. Todos apostavam em vitória fácil do brasileiro.

Brilz não era nada além de um "tapa-buraco", já que o oponente de Minotouro seria o ex-campeão Forrest Griffin, que não pôde lutar por lesão. Mesmo assim, o brasileiro não teve qualquer facilidade. Venceu a luta por decisão dividida e foi vaiado pela torcida presente.

No embate mais peculiar da noite, Todd Duffee enfrentou Mike Russow. Logo que os dois lutadores entraram no octágono, pode-se perceber uma gritante diferença. Enquanto o primeiro tem um corpo atlético e musculos bastante torneados, o segundo mostrou muita gordura, balançando em cada movimento feito.

Todd Duffee acertou bons golpes no primeiro round e poderia, facilmente, nocautear seu oponente no segundo. Mas o lutador optou por "cozinhar" a luta e, faltando 25 segundos para o fim, foi surpreendido. Mike Russow precisou encaixar apenas um golpe para dar fim ao combate, deixando seu oponente desacordado.

Certamente, alguns apostadores que gostam de arriscar deixaram o MGM Grand com os bolsos cheios e sorrisos no rosto.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O maior entre tantos

5:45 da manhã de uma segunda-feria qualquer. O despertador em sua cabeceira soa, junto ao canto matinal dos galináceos, avisando o início da jornada. O corpo pesa. É o dia mais difícil da semana. Após altas doses alcoólicas nos últimos dias, sua cabeça parece uma dinamite, prester a explodir.

Como se estivesse carregando o mundo sobre os joelhos, ele caminha em direção ao banheiro. Planeja lavar o sono, o peso, a dor, ralo abaixo. Deixa a água escorrer por seu corpo, enquanto pensa no quanto precisa voltar àquele mundo fabuloso que vivera a pouco. Lembra das companhias amorosas que a muito não sente. Do companheiro caído que aguarda o momento de retornar à vida. Das histórias. Quantas histórias.

Batidas à porta o tiram, pela segunda vez, de sua 'Terra do Nunca'. "Anda! Tamo atrasado!"

As horas passam calmamente, como se aquele único dia tivesse a pretenção de se tornar um mês inteiro. O sono perturba, a cabeça, pesada como uma âncora, leva seu ser ao fundo de um abismo sentimental, de encontro à solidão. "Café. Preciso de mais café!"

No auge do seu desespero, vem o conforto. Um recado que aguardava a tempos o tira de sua agonia. "Ele voltou!"

Aquele velho companheiro, o melhor entre muitos, iria voltar. O tempo de repouso acabara e ele agora poderia se juntar aos seus. Não haveria tormento forte o suficiente para causar a derrocada de ser tão grande.

Junto dos outros, ele planeja uma recepção adequada. Que nada mais o tire de perto do seu lugar, do seu posto. Que nada mais o afaste daqueles que almejam sua felicidade.

Mais nenhuma dor incomoda. Ele está de volta.

terça-feira, 11 de maio de 2010

[COPA DO MUNDO 2010] - Todos os homens do comandante

Teimoso, retranqueiro, prepotente e até mesmo burro. Adjetivos duros, mas constantemente associados à imagem que o técnico Dunga tem com a torcida e a imprensa esportiva do Brasil (no caso da segunda, burro não foi usado, e provavelmente não será).

Hoje, as 13 horas, Dunga divulgou os 23 atletas que irão disputar a Copa do Mundo, deixando de fora jogadores técnicos, adeptos do futebol-arte como Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso e Neymar. Em contrapartida, para desgosto de muita gente, chamou alguns que não têm o repertório de dribles e jogadas de efeito dos anteriores, mas possuem conhecimento tático. Tendo em vista suas últimas declarações e todas as convocações, nada muito surpreendente.

No comando da seleção mais vezes campeã mundial desde a eliminação da Copa do Mundo da Alemanha, Carlos Caetano Bledorni Verri tem números consistentes com a equipe. Com 37 vitórias em 53 jogos, Dunga comandou o Brasil nos títulos da Copa América em 2007 e da Copa das Confederações em 2009, além de terminar as Eliminatórias da Copa do Mundo na primeira posição.

Mesmo tendo conseguido o primeiro lugar em todas as competições disputadas com a seleção principal, o técnico ainda não convenceu. Alguns consideram que seja pelo fracasso nos Jogos Olímpicos de Pequim (onde foi eliminado nas semi-finais contra a Argentina e ficou com o bronze), outros pelo fato de sua equipe não apresentar um futebol ofensivo e técnico e, ao contrário da tradição brasileira, ter em sua defesa a maior força.

Não é normal a seleção brasileira ter no jogo aéreo e nos contra-ataques suas principais armas ofensivas. Não me lembro de uma seleção brasileira que tenha dependido tanto (e tido tamanha confiança) em seu sistema defensivo.

A equipe de Dunga é eficiente. Isso é inquestionável. Muitas vezes, é também burocrática. Mas tudo o que se construiu ou que foi criticado será ignorado com o resultado da próxima Copa do Mundo, na África do Sul. Caso o Brasil seja campeão, Dunga será o gênio que barrou Ronaldinho Gaúcho e montou um grupo sério, uma família (assim como Felipão em 2002). Caso perca, mesmo que na final, será o teimoso, retranqueiro, que barrou os craques e chamou os "botineiros".

Independente do que acontecer, o Brasil já tem o personagem principal da Copa do Mundo de 2010. Resta saber se será um herói ou um vilão.


Os homens de Dunga:
Goleiros:
Júlio César (Internazionale de Milão - ITA)
Gomes (Tottenham - ING)
Doni (Roma - ITA)

Laterais:
Maicon (Internazionale de Milão - ITA)
Daniel Alves (Barcelona - ESP)
Gilberto (Cruzeiro)
Michel Bastos (Lyon - FRA)

Zagueiros:
Lúcio (Internazionale de Milão - ITA)
Juan (Roma - ITA)
Luisão (Benfica - POR)
Thiago Silva (Milan - ITA)

Meias:
Felipe Melo (Juventus - ITA)
Gilberto Silva (Pnathinaikos - GRE)
Ramires (Benfica - POR)
Elano (Galatasaray - TUR)
Kaká (Real Madrid - ESP)
Josué (Wolfsburg - ALE)
Júlio Baptista (Roma - ITA)
Kléberson (Flamengo)

Atacantes:
Robinho (Santos)
Luís Fabiano (Sevilla - ESP)
Nilmar (Villarreal - ESP)
Grafite (Wolfsburg - ALE)