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segunda-feira, 7 de junho de 2010

[FUTEBOL] Gigante da Pampulha se prepara para a Copa de 2014

Soa o apito. Mãos erguidas ao céu. No centro do gramado, o homem que geralmente é alvo das mais variadas críticas e ofensas, não tem a mesma importância de outros dias. Fosse um dia normal, as câmeras focariam jogadores alvinegros ou seu treinador buscando explicações para mais uma derrota no Campeonato Brasileiro de 2010. A quarta consecutiva da equipe.

Mas não nesse dia. Muito maior que lamentações de torcedores, ou justificativas de atletas eram os fogos lançados aos céus de Belo Horizonte, anunciando o sono do Gigante da Pampulha. Após 44 anos, 9 meses e 2 dias de sua inauguração, o Mineirão teve sua última partida antes de uma longa paralização que proporcionará a maior obra de sua história.

Minas Gerais se prepara para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e, para tanto, busca adequar seu maior palco futebolístico às normas da FIFA, entidade máxima do futebol. Seu gramado será rebaixado, as gerais deixarão de existir, tornando-se cadeiras e consequentemente, a área mais cara do estádio. A cobertura será extendida e apenas o gramado poderá ser atingido pelas chuvas.

Os quase 45 anos de existência desse palco do futebol tranformaram Mineirão em sinônimo de beleza e emoção. Alguns tiveram o privilégio de assistir Tostão, Dirceu Lopes, Joãozinho, Reinaldo, Éder e Cerezo. Outros, menos afortunados tiveram que "se contentar" com o fenômeno Ronaldo, Alex e Marques. Craques, cada um a seu tempo e cada um com sua grandeza, desfilaram nesses gramados.

Partidas incríveis, títulos inesquecíveis e muitas lágrimas marcam as páginas da história do lendário estádio. Tanto os torcedores celestes quanto os alvinegros extravaram em incontáveis ocasiões suas emoções pelos corredores, escadas e arquibancadas do Gigante da Pampulha. O segundo lugar poucas vezes foi tão amargo quanto em 1977 - para os atleticanos, que terminaram nessa posição, sem perder uma partida, no Campeonato Brasileiro - e em 2009 - para os cruzeirenses, que perderam a decisão da Libertadores, de virada, para o Estudiantes, diante de sua torcida.

Não só os segundos lugares, mas grandes conquistas foram assistidas na capital mineira. Em 1966, o imbatível Santos de Pelé foi destruído por um grupo de jovens desconhecidos. Tostão, Dirceu Lopes, Natal, Zé Carlos, Piaza e cia, mostraram pela primeira vez a força do futebol mineiro para o Brasil.

Hoje o Gigante adormece. Sai de cena para voltar rejuvenecido. Voltará no momento em que o Brasil planeja despontar de vez no cenário econômico mundial, para um dos maiores eventos esportivos do planeta. O "país do futebol" sediará pela segunda vez, a Copa do Mundo. Dessa vez com muito mais pompa que em 1950. Muito mais expectativa.

Para grande parte da população belo horizontina será difícil não comer o "tropeirão" aos domingos. Ficar alguns quilômetros mais longe dos clássicos. Não percorrer os caminhos que levam ao amplo espaço das arquibancadas, cadeiras e geral. O Mineirão vai deixar saudade. Mesmo que por tempo determinado, mesmo que tenha data marcada para retornar à ativa, o estádio deixará alguns milhares de órfãos, que sabem que Independência, Arena do Jacaré e Ipatingão não têm a mística do Gigante da Pampulha.

Um comentário:

  1. O Gigante deixará saudades, mas, definitivamente, serão saudades que, quando Ele se reapresentar, valerão a pena ter sentido...

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